Saúde

O QUE É DIABETE

Batizada pelos médicos de diabetes mellitus, a doença ocorre quando há um aumento do açúcar no sangue. Dependendo dos motivos desse disparo, pode ser de dois tipos:
• No tipo 1 as células do pâncreas que fabricam insulina, o hormônio que ajuda a glicose a entrar nas células, simplesmente foram destruídas.

• Já no tipo 2 ou a produção dela não é suficiente ou as células simplesmente não conseguem aproveitá-la da forma correta - a chamada resistência à insulina.

Nos dois casos, o excesso de glicose em circulação desencadeia várias complicações que, se não forem controladas, podem levar à morte.
O diabete é um dos problemas mais graves de saúde pública, pois responde por 40% das mortes por doenças cardiovasculares - a primeira causa de morte no mundo. No Brasil ele atinge cerca de 10% das pessoas entre 30 e 69 anos. Mas apenas metade delas sabem que são portadoras do distúrbio.

De onde vem o nome?
O termo diabetes foi cunhado lá pelo ano 70, na Grécia antiga, quando Areteu da Capadócia descreveu a doença pela primeira vez. Ele comparou o funcionamento do organismo desses pacientes a um sifão, o significado da palavra grega: comiam e bebiam muito, mas toda a energia que entrava pela boca ia embora literalmente pelo ralo com o excesso de urina. Já mellitus foi incorporado bem mais tarde. Em 1670 o médico inglês Thomas Willis provou a urina de indivíduos que apresentavam sintomas parecidos e descobriu que ela era muito doce. Quase dois séculos depois, em 1815, o químico francês M. Chevreul demonstrou que o açúcar dos diabéticos era glicose. Daí os médicos começaram a experimentar a urina de quem tinha suspeitas da doença. Ela foi batizada então de diabetes açucarada ou diabetes mellitus, palavra de origem latina que quer dizer mel ou adocicado.

Sinais de alerta
• Urinar muitas vezes, de dia e à noite, e em grande quantidade

• Obesidade

• Perda de peso

• Muita fome

• Cansaço

• Piora da visão

• Furúnculos freqüentes

• Cicatrização difícil e infecções de pele

• Impotência sexual

• Pressão arterial elevada

Causas
No diabete tipo 1, geralmente diagnosticado na infância e na adolescência, é o próprio sistema imunológico da pessoa que, não se sabe bem por que, passa a atacar e destruir as ilhotas de Langerhans, as células do pâncreas produtoras de insulina.
No tipo 2, mais freqüente em adultos, há uma tendência hereditária por trás do mal e uma forte conexão com a obesidade. Hoje sabe-se que os quilos a mais na balança provocam a chamada resistência à insulina, que é a dificuldade das células de absorver a glicose. Ao longo do tempo, isso pode desembocar no diabete. De certa forma, é possível prevenir esse tipo mantendo o peso ideal, a alimentação adequada e uma rotina de exercícios. Esse tripé facilita o trabalho da insulina e mantém a glicose nas taxas ideais.

Tratamento
Quem recebe um diagnóstico de diabete deve mudar radicalmente certos hábitos. E por toda a vida, pois a doença não tem cura. Somente um equilíbrio perfeito entre dieta, exercícios e medicação consegue manter as taxas de glicose no lugar certo e evitar as temidas complicações.
Para os pacientes que padecem do tipo 1, não há saída: essa gente vai depender do hormônio sintético a vida inteira. Por enquanto, o tratamento padrão é com a insulina injetável. Outras formas de aplicação, como as bombinhas de inalação, patches e até mesmo comprimidos ainda estão em estudos. Para que o controle seja perfeito, é preciso usar tanto uma insulina de ação lenta, que controla a glicemia de jejum (inclusive durante a madrugada), quanto uma de ação rápida ou ultra-rápida antes das refeições. Os tipos mais atuais são as chamadas de ação prolongada, que duram em torno de 24 horas e tentam imitar o funcionamento da insulina basal ideal. A dose certa vai depender do tipo de refeição e da atividade física do paciente. Qualquer erro, pode produzir picos de hiper ou de hipoglicemia.
Já as vítimas do tipo 2 normalmente produzem insulina e a grande maioria continua produzindo pelo resto da vida. Calcula-se que somente 25% delas precisarão das doses extras. Por isso, normalmente o início do tratamento é feito à base de dieta e exercícios. Se necessário, o médico receita antidiabéticos orais, comprimidos que aumentam a secreção de insulina ou diminuem a resistência à ação dela.

A AJUDA DO CARDÁPIO
Não há remédio ou insulina que funcione sem um rígido controle da alimentação. O que vai ao prato interfere diretamente na doença - para bem e para mal. Há alimentos que decididamente deverão ser evitados. Aqui, os vilões são os carboidratos que, quando quebrados, se transformam na temida glicose. E esse grupo de alimentos não é nada desprezível: engloba cereais, massas, leite e derivados, legumes, frutas, doces, sucos, refrigerantes. A boa notícia é que há uma forma de calcular o consumo deles para deixar a vida mais fácil e apetitosa. O chamado método da contagem dos carboidratos ensina a fazer combinações que garantem mais liberdade à mesa. Por outro lado, a Ciência não pára de descobrir novidades no cardápio que dão uma verdadeira força a esses pacientes. É o caso das fibras, por exemplo, que se mostraram capazes de reduzir a glicemia.
Atualmente quem está na mira de médicos e pacientes é o chamado índice glicêmico dos alimentos. Isso porque descobriu-se que tão importante quanto saber quais alimentos viram glicose é conhecer com que velocidade eles liberam o açúcar no organismo. O IG indica esse impacto. Mas como esse índice é influenciado por muitos fatores, a saída ainda é combinar essa informação com outros métodos, como a própria contagem de carboidratos e até mesmo a substituição de alguns deles. Mas atenção: só o médico poderá orientar as escolhas de cada paciente.


O PAPEL DOS EXERCÍCIOS
A atividade física é outro item que não pode faltar de jeito nenhum na rotina do diabético. Os exercícios garantem benefícios em dose dupla: por um lado estimulam a insulina a trabalhar melhor. Por outro, a malhação exige mais combustível do organismo - ou seja, glicose - e derruba ainda mais suas taxas no sangue. O ideal é apostar nos exercícios aeróbicos, como caminhadas, natação ou corrida, que diminuem a resistência à insulina. O treinamento de força também dá lá a sua contribuição - afinal, ele consome energia, reduzindo o açúcar em circulação. Mas o paciente só pode partir para os treinos depois de uma avaliação completa do médico. Inclusive porque isso vai determinar o quanto de insulina, se for o caso, ele precisará usar.

Diabete gestacional
Ao engravidar, algumas mulheres desenvolvem o diabete mesmo sem nunca ter tido problemas de glicemia na vida. Ao que parece, os hormônios produzidos pela placenta inibem a liberação e o funcionamento da insulina. O problema é sério: uma vez instalado, o diabete gestacional traz riscos para mãe e filho. O excesso de glicose da mãe faz o bebê engordar demais e o recém-nascido pode ter distúrbios respiratórios, hipoglicemia, icterícia e deficiência de cálcio. Como se fosse pouco,o pequeno ainda tem mais chances ser uma criança obesa e de desenvolver o diabete tipo 2 no futuro. Por isso o problema precisa ser cuidadosamente controlado. Algumas mamães resolvem a questão com dieta e exercícios, mas outras precisam das tais picadas de insulina. Normalmente a doença some depois do parto, mas essas mulheres têm um risco muito maior de desenvolver a doença no futuro e em outras gestações.

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